Naked City, em português, Cidade Nua. 

Descobri este filme enquanto fazia a lista dos aniversariantes de março ao pesquisar sobre o ator Barry Fitzgerald, que faz o papel masculino principal. Encontrei um site especializado em filmes antigos que tem em seu acervo com boa qualidade de áudio e vídeo legendado em português, o que é máximo!! Chama-se MemoCine.

Fiquei surpresa com a trama em que a história foi desenvolvida, pelo formato inteligente de narrativa que chama atenção para os detalhes do início ao fim do filme.

Normalmente, pra quem está acostumado com filmes atuais, ao ver uma produção antiga, acha meio estranho a forma como os atores atuam, movimentos mecânicos, closes e sons que dão enfase a cena exagerados e clichês, mocinhas chorosas e galãs que parecem não ter expressões facias diferentes para demonstrar os mais variados sentimentos, fazem os menos avisados julgar os atores como ruins, porém neste filme me pareceu tudo muito bem dosado, claro, houve sim momentos em que não foi possível fugir a regra interpretativa e cinematográfica dos velhos tempos. Mas, para um filme policial noir, Cidade Nua, filmado em 1948, a inovação do formato documentário narrado foi muito inovador para o gênero e de um modo geral os atores fizeram um bom trabalho, tanto que na época o filme foi um sucesso de crítica e público. Em 2007 foi selecionado pela National Film Register para fazer parte da Biblioteca do Congresso como sendo um filme ''cultural, historicamente e esteticamente'' significantes para os Estados Unidos.

Uma cena que no meu ponto de vista foi fantástica, é realizada pela atriz Adelaide Klein (Mrs. Paula Batory), a mãe da personagem central Jean Dexter, no momento em que reconhece o corpo da filha no necrotério; digna de um Oscar pelo teor dramático e pela emoção na interpretação, apesar de seus poucos minutos de atuação em toda a obra.

Uma curiosidade interessante, é que no início do filme, o narrador Mark Hellinger começa a falar os créditos inicias sem que eles apareçam na tela. O filme deu origem a uma séria na tv norte americana com o mesmo nome que foi exibida entre 1958 a 1963. O jogo de videogame LA Noire tem cenas inspiradas no filme embora com nomes diferentes dos personagens.

Depois que assisti, fui dar uma lida sobre ele e descobri que foi vencedor de dois Oscars, muito merecidos! Como Melhor Fotografia em preto e branco e Melhor Montagem.

Eu daria também se me perguntassem, o de Melhor Roteiro! (risos) já que foi nomeado para tal, assim como o de Melhor História Original.

Vale muito a pena assistir ao filme, garanto sem medo de errar que vocês não se arrependerão! Você meu caro leitor e amante dos clássicos hollywoodianos que já viu, sabe do que estou falando.

Sinopse

É madrugada na cidade de Nova Iorque quando a bela modelo de 26 é assassinada por dois homens em seu apartamento. Ao amanhecer é descoberta por sua empregada, Martha Swenson (Virginia Mullen), uma viúva de 42 anos que meio a lágrimas e nervosismo dá algumas informações valiosas ao veterano detetive Dan Muldoon (Barry Fitzgerald) que junto de seu novato, porém dedicado assistente, Jimmy Halloran (Don Taylor), começam uma investigação minuciosa para encontrar o assassino da jovem. Durante as investigações muitas surpresas e mentiras são descobertas quando o principal suspeito Frank Niles (Howard Duff) é chamado à depor. Fica claro que ele tem algo a esconder e as investigações levam os detetives a uma busca incansável  pela vibrante cidade que não para nunca.

Veja as cenas iniciais dublado em português neste link.