Embora desconhecido da maioria em nosso país, o mestre Duane Bryers foi um dos maiores ilustradores que a América já conheceu. Entre os amantes da Arte Pin-Up, ele é sinônimo de Hilda; a pin-up plus size, ruiva, generosa não apenas nas formas, divertida e atrapalhada, mas sem deixar de ser sexy. Para quem pensava que Duane Bryers era um artista de um tema só, ficará surpreso com o talento do notável ilustrador, pintor e escultor que viveu por quase 101 anos e presentou os amantes da arte com trabalhos de beleza singular. E são essas belezas traduzidas em pinturas de paisagens típicas do oeste norte americano retratadas por Bryers que veremos a seguir juntamente com parte um relato de sua trajetória na vida artística em meio a tintas, pincéis e pinturas.

Nascido em uma fazenda no estado americano do Michigan em 02 de julho de 1911, Duane Bryers era filho de Samuel Edward Bryers (1877-1965) e sua esposa Winifred "Winnie" Dawn Bryers (1883-1956). Ele tinha três irmãos e duas irmãs e aos doze anos de idade, a família mudou-se para  Virginia, Minnesota, uma cidade mineradora, onde viveu até 1939. Duane foi casado por duas vezes, sua primeira esposa com quem teve um filho e duas filhas chamava-se Phyllis D. McFarland, eles se divorciaram em 1969. A segunda e com quem vivera até ficar viúvo em 2002 foi Denise "Dee" Ray que foi sua grande colaboradora na construção de seu livro ilustrado chamado The Bunkhouse Boysand . Ela encorajou-o como um artista e, de acordo com a sua filha, Polly, "Ela era sua espinha dorsal." 

Auto Retrato, 1932

Embora ele tentando outros trabalhos; foi empregado em uma serraria e até tentou ser trapezista em circo, o jovem Duane não podia ignorar seu chamado artístico.

Fascinado pela expressividade dos trabalhadoras comuns, optou por se concentrar sobre este assunto em sua arte sobre outros temas.

Com uma atitude positiva e senso de humor ele procurava oportunidades para se tornar um artista profissional em tempo integral.

Em 1936,  esculpiu três grandes esculturas de gelo de figuras históricas americanas. A façanha lhe rendeu o segundo lugar no Concurso Nacional de Escultura em Sabão  promovido pela Procter & Gamble; foi premiado com US $ 150 com o entalhe de a "faxineira", feita a partir de um único pedaço de sabão Ivory.

Campfire Reflections

No final da Guerra, Bryers começou uma nova fase de sua carreira ilustrativa em Chicago, onde seu trabalho foi composto de anúncios, ilustrações, e retratos. Em seguida Duane volta à Nova York onde onde começa trabalhar em uma grande agencia de publicidade. Foi na ''Big Apple'', em meados dos anos 1950 que  nasceu sua mais famosa personagem, Hilda.

Depois de chegar a um acordo sobre sua personagem mais popular com a editora Brown e Bigelow, editora dos famosos calendários de pin ups da época, e já consolidado no mercado publicitário, o que lhe garantiu bons rendimentos, ele deixa Nova Iorque. O deserto e savanas do Arizona se tornou sua casa em 1958. Ele construiu uma pequena casa perto de Sonoita, AZ,  Bryers a chamou ''The Mud Hut'', "A Cabana da lama", que incluía um estúdio no canto noroeste da casa.

Após se acomodar no Arizona, Duane Bryers conscientemente cercou-se com as vistas, sons e sensações do oeste americano. Seu estúdio serviu como fonte de contemplação e de consolo, diversão e prazer. Tornou-se absortos no seu trabalho usando desenhos, fotografias, livros e notas para referência. Sua paleta, sempre perto de seu cavalete, continha cores vivas e brilhantes. Bryers começou a pintar cenas de que ele considerava tipicamente Americanas - "Eu comecei a fazer pinturas westers, apenas para minha própria diversão" - disse ele, mas as habilidades inatas do artista autodidata tinha surgido décadas antes em uma série eclética de projetos.  No topo de seu cavalete pendurou um chapéu de cowboy, um símbolo de sua paixão por temas western. O artista disse certa vez: "O simples ato de colocar o lápis no papel, ou um pincel na tela é uma alegria."

A cadeira laranja onde Bryers sentava perto da janela, proporcionava uma visão de sua paisagem favorita do deserto e pastagens  do pequeno vilarejo de Sonoita, onde residiu por 25 anos até se mudar para Tucson.

Duane ''Dick'' Bryers, como era chamado de pelo pequeno grupo de amigos que manteve desde que se mudou para o Arizona; intitularam-se, ''Tucson 7''. Juntos, além da amizade, estes sete artistas discutiam suas técnicas e ideias em relação ao trabalho de cada um. Eles montaram sua primeira exposição de arte em conjunto em 1997 e pela segunda vez em 2005, ambas no Museu de Arte de Tucson, as exposições foram intituladas Tucson 7.

Bryers desenhou e pintou por praticamente toda a sua vida, e ainda continuou a trabalhar em um espaço estúdio até sua morte em 2012. Seus extensos arquivos de fotografias, anotações e esboços foram doados para o Cowboy Nacional e Western Heritage Museum. Diversas pinturas, esboços e mobiliário de estúdio estão atualmente emprestado ao Museu de Arte de Tucson da família Bryers onde é mantido o DBS (Duane Bryers Studio), espaço onde foi uma recriado o estúdio pessoal de Duane Bryers. Durante sua carreira prestigiada carreira Bryers participou de diversas exposições e recebeu vários prêmios por seu notável trabalho, uma dessas homenagens foi em 1987 como Artista do Ano no Tucson Art Festival. Em 1997 ele venceu o The Prix de West Society Award, com seu óleo sobre tela, ''O Cowboy Solitário'', comprada pelo  National Cowboy and Western Heritage Museum's  e faz parte de seu acervo em exposição permanente.

"Ele era como uma garrafa de champanhe. Você abre e é borbulhante. Eu nunca tinha o visto para baixo.''

"Fomos essas pessoas de sorte que fizeram da arte nossas vidas". Há um pouco menos de mim agora que ele se foi."

"Não havia nada que ele não podia pintar. Ele era extremamente talentoso. Muito do que ele aprendeu, ele aprendeu por conta própria. Ele o tinha tão brilhantemente. Algumas pessoas simplesmente obtem isso, e ele conseguiu no início de sua carreira ", disse Harley Brown, amigo e um dos membros do Tucson 7, que viu Bryers um mês antes de sua morte.

"Eu tive uma vida absolutamente fascinante", Bryers disse em entrevista ao Arizona Daily Star em 2010.