Olivia De Havilland✰Estrela do Mês

 100 anos de Olivia de Havilland 


Há muito o que dizer sobre Olivia De Havilland...
Tanto que não me atreveria ''falar demais'' e não conseguir transmitir tamanha admiração que senti quando comecei ler a respeito dela. 100 anos de vida! Você pode imaginar o que é isso? Viver um século! E gozando de plena lucidez. Absolutamente incrível! Ainda mais quando pensamos o quão difícil e degastante deve ser para alguém na profissão dela manter-se tão bem no decorrer dos anos. Não que o motivo para da longevidade seja uma dádiva ''somente dos não artistas'', porém convenhamos, é raro os que alcançaram tal idade, sinceramente não me vem à memória nenhum, a não ser o ilustrador Duane Bryers que viveu por quase 101 completos, porem ele não era ator, logo não é o mesmo caso.
Quero deixar aqui registrado não apenas os dados biográficos e os feitos incríveis de Olivia De Havilland que muitos já conhecem de longa data e das centenas de artigos disponíveis na internet ou mesmo nos livros que relatam sua história. 
Quero ao menos tentar expressar através desta singela porém emocionada homenagem, meu respeito, admiração e porque não dizer, orgulho desta mulher que conseguiu manter-se respeitada e com dignidade durante todos os anos numa carreira ainda hoje vista com certas ressalvas. Principalmente pelo fato dela ter vivido um período na história em que as atrizes eram vistas como ''mulheres de menos valor'' por determinadas porções da sociedade e não só atrizes, não posso negar que no passado as mulheres tiveram muitos problemas; mas  o que me enche de orgulho é que mulheres como Olivia não precisam se expor para serem ouvidas ou para que alcancem sucesso. Nas dezenas de artigos que li a respeito, não encontrei nada que possa denegri-la ou mesmo diminuir seu prestigio de qualquer forma, mesmo a respeito do relacionamento aparentemente difícil com a irmã Joan Fontaine, que é bem comentado; em meu ponto de vista, um exagero midiático como sempre em busca de ''notícias'', neste caso fofocas. Olivia sempre foi reservada em relação a este assunto, nada mais elegante para uma dama como ela.
Além destes, outros desafios também fizeram com que Olivia De Havilland fosse no auge da carreira, referência de mulher brilhante. Ela lutou em um processo judicial que moveu por conta de seu contrato trabalhista, levando consequentemente a revisão das clausulas contratuais provendo melhores condições trabalhistas não apenas para si, mas abrangeu a todos os atores a partir de então. Neste tempo os contratos favoreciam muito mais as produtoras em detrimento de seus artistas. Lutou e venceu! A categoria deve e muito a Olivia. Foi através dos seus esforços que a Lei de Havilland ou Decisão de Havilland favoreceu toda classe artística cinematográfica de Hollywood.
Consequentemente sua atitude digna e uma postura admirável durante toda sua trajetória profissional lhe renderam reconhecimento e as mais nobres honrarias.
Não é todo dia que temos o prazer de ver uma uma lenda viva da Era de Ouro do Cinema Mundial completando 100 anos de vida. Os louros da conquista são todos para ela! Com toda certeza foram anos muito bem vividos até aqui, eu acredito que a longevidade é uma dádiva que só pessoas muito especias tem a honra de receber-la.
É com imenso prazer que  Soul Retro Vintage Blog Brasil publica este artigo, em homenagem a extraordinária Ms. Olivia Mary De Havilland.
 por Cíntia Carvalho
Adm. e Edª.


Contexto Familiar Antes do Estrelato

Olivia Mary de Havilland nasceu em 1 de julho de 1916, em Tóquio, no Japão, filha de pais naturais do Reino Unido. Seu pai, Walter Augustus de Havilland (31 de agosto de 1872 — 23 de maio de 1968), filho do Reverendo Charles Richard de Havilland. Walter graduou-se na Universidade de Cambridge e trabalhou como professor de inglês e francês da Universidade Imperial de Tóquio, antes de se tornar um advogado de patentes com prática no Japão. 

A pequena Olivia com 1 ano de idade em Tóquio

A mãe de Olivia, Lilian Augusta de Havilland (Lilian Augusta Ruse; 11 de junho de 1886 — 20 de fevereiro de 1975), estudou na Academia Real de Artes Dramáticas, em Londres, e se tornou atriz de teatro, deixando a carreira após ir para Tóquio com o marido. Sua mãe voltaria a trabalhar com o nome artístico de Lillian Fontaine na década de 1940.

Sua mãe saíra da Inglaterra para o Japão a fim de visitar um irmão que trabalhava como professor na Universidade de Tóquio; foi quando acabou conhecendo seu pai, então professor na Universidade, com quem se casou em 1914. Mas essa não foi uma feliz união, devido às infidelidades de Walter. Em fevereiro de 1919, Lilian convenceu o marido a levar a família de volta à Inglaterra, pois lá encontrariam um clima mais adequado para a saúde das filhas. A família parou na Califórnia, nos Estados Unidos, para tratar Olivia, com saúde fragilizada devido à uma bronquite. Quando Joan contraiu pneumonia, Lilian decidiu permanecer com as filhas na Califórnia, onde se estabeleceram na cidade de Saratoga, a cerca de 80 km ao sul de San Francisco. Seu pai abandonou a família e voltou para a amante japonesa, que se tornaria a segunda esposa dele. O divórcio de seus pais não foi finalizado até fevereiro de 1925.

Embora tivesse abandonado a carreira de atriz, Lilian ensinava as filhas a apreciarem as artes, sempre lendo Shakespeare para as crianças (o próprio nome de Olivia fora escolhido por causa da personagem Lady Olivia, da peça Noite de Reis, de Shakespeare), e também lhes ensinando música e declamação. Em abril de 1925, depois de o divórcio com Walter ter sido finalizado, Lilian casou-se novamente, desta vez com um proprietário de uma loja de departamentos chamado George Milan Fontaine, um homem severo e detestado por ambas as garotas. O sobrenome deste, que fora adotado por Lilian em razão de seu segundo casamento, seria usado por Joan quando, ao virar atriz, decidira criar um nome artístico. A infância de Joan e Olivia seria marcada por desentendimentos entre ambas, desentendimentos estes que por sua vez gerariam uma rivalidade entre as irmãs que se estenderia ao longo de suas vidas.
Joan de Beauvoir de Havilland (22 de outubro de 1917 — 15 de dezembro de 2013), sua irmã mais nova, conhecida pelo nome artístico de Joan Fontaine, se tornaria, tal como a própria Olivia se tornara, uma das mais admiradas estrelas do cinema (Joan foi musa do diretor Alfred Hitchcock, tendo sido estrela dos filmes Rebecca, a mulher inesquecível e Suspeita, de 1940 e de 1941, respectivamente); Olivia de Havilland e Joan Fontaine são, até hoje, as únicas atrizes a serem irmãs a terem vencido o Oscar de melhor atriz.
Olivia e Joan, em 1940. 


A Vida Amorosa de Olivia


Embora conhecidos como um dos mais famosos casais do cinema; estrelaram oito filmes juntos, De Havilland e Errol Flynn nunca estiveram ligados romanticamente. A respeito de seus sentimentos, confessou, anos mais tarde que ela tinha uma paixão intensa por Flynn durante os anos em que filmaram juntos, mas recusou a todas as investidas do galã com o receio de se tornar apenas mais uma dentre as inúmeras aventuras amorosas de um homem comprometido (Flynn era casado com a atriz Lili Damita na época mulherengo, tinha fama de "Don Juan"). De Havilland ficaria surpresa anos mais tarde, ao ver que Flynn escrevera em sua autobiografia que esteve realmente apaixonado por ela, ou seja, ele de fato foi honesto em seus sentimentos em relação à atriz.

__
''Eu tive de fato uma queda por Errol Flynn durante as filmagens de . Eu o achava absolutamente sensacional, durante três anos contínuos, sem ele sequer imaginar. Então ele começou a me cortejar, mas não deu em nada. Eu não me arrependo disso; ele poderia ter arruinado minha vida.''— De Havilland.


De dezembro 1939 a março 1942, ela esteve romanticamente envolvida com o ator solteiro James Stewart. Stewart foi incentivado a acompanhá-la durante a Premiére de E o Vento Levou em Nova York, no Astor Theater em 19 de dezembro de 1939. Ao longo dos próximos dias, os dois sempre seriam vistos juntos em passeios, idas a teatros e também ao famoso 21 Club. Eles continuariam se relacionando por mais algum tempo e de acordo com Olivia, Stewart de fato lhe propôs em 1940, mas ela sentia que ele não estava pronto para se estabelecer. O relacionamento entre ambos foi interrompido quando ele se alistou, em março de 1941, mas somente um ano mais tarde, quando Olivia se apaixonaria pelo diretor John Huston, eles terminaram de vez o seu relacionamento.


Com os filhos Benjamin e Gisele

Mrs. De Havilland casou-se duas vezes. A primeira em 1946 com o escritor Marcos Goodrich. O casal teve um filho, Benjamin; nascido em 1949. O divórcio ocorreu em 1953 e em 1991 Benjamim após uma longa batalha, não resistiu ao linfoma e faleceu.

Após divorciar-se de Goodrich em 1953, Olivia fez uma viagem a Paris, onde conheceu o jornalista francês e editor da Paris Match Pierre Galante. Olivia e Galante se casaram em 1955. A filha do casal, Gisele, nasceu em julho de 1956, quando De Havilland tinha 40 anos de idade. Decidida a se dedicar mais a sua família, a atriz estabeleceu-se definitivamente em Paris no ano de 1960.

Olivia De Havilland e Pierre Galante se divorciaram em 1979, mas continuaram bons amigos; ela cuidou dele antes de ele morrer em Paris, vítima de câncer no pulmão, que foi o motivo declarado para sua ausência no 70º aniversário do Oscar em 1998.

Notas




Olivia recusou o papel de Blanche DuBois em Um Bonde chamado Desejo - Streetcar Named Desire (1951), supostamente dizendo que "uma senhora simplesmente não deve dizer ou fazer algumas coisas na tela". De Havilland ajustou essa declaração em uma entrevista em 2006, dizendo que ela tinha dado à luz recentemente a seu filho quando ofereceram o papel e estava incapaz de se relacionar com o material.



Estudante exemplar, Olivia havia ganho uma bolsa na Universidade de Mills, onde iniciaria seus estudos no outono de 1934 com o objetivo de tornar-se professora de inglês. Porém os planos mudaram quando ela aceita interpretar Hermia novamente, desta vez no cinema, a convite do diretor Max Reinhardt, que já havia trabalhado com ela numa temporada de quatro semanas da montagem Sonho de Uma Noite de Verão. Convencida, ela entendeu que essa era a grande chance de sua vida, e que não poderia deixá-la passar.

Sobre sua primeira experiência na arte de atuar ela disse:


__''Pela primeira vez eu vivi a mágica experiência de sentir-me tomada pela personagem que eu estava interpretando. Eu realmente senti que eu era Alice e que, quando atravessei o palco, eu estava me movendo para o encantado país das maravilhas de Alice. E assim, pela primeira vez, senti não apenas o prazer em atuar, mas o amor por estar atuando, também.''


O filme, A Cova da Serpente, que segundo a própria Olivia é o seu preferido; inovador para a época, foi um sucesso de crítica e de público, ficando entre as dez maiores bilheterias do ano, mais precisamente na sexta posição. Foi um dos primeiros a mostrar o ponto de vista da sociedade em relação aos que sofrem de doença mental, e levou a legislação a prover melhorias nos cuidados de saúde mental nos Estados Unidos.

[Sobre Bette Davis] 
''A grande lição que aprendi com Bette era sua dedicação absoluta em fazer tudo certo. Ela costumava passar horas estudando a personagem que ela estava fazendo, então depois de dedicava horas na maquiagem garantindo que sua aparência física estava certa para o papel. Eu sempre tentei colocar a mesma quantidade de trabalho em tudo o que fiz.''

[Sobre Clark Gable] 
''Clark Gable era altamente profissional. Ele era uma estrela maior do que se pode criar hoje. Eu era apenas um mini-estrela quando fiz "Gone With the Wind". Eu estava com medo de falar com ele. As pessoas não podem compreendê-lo agora, mas nós estávamos em êxtase.''


[Sobre ''GWTW''] 
''Eu achava que o sucesso de Gone with the Wind duraria cinco anos, e durou mais de 70 anos, e isso em um novo milênio. Há um lugar especial no meu coração para esse filme e Melanie. Ela era uma personagem notável - uma pessoa amorosa, e por causa disso era uma pessoa feliz. E Scarlett, é claro, não era.''


''Eu diria que Melanie foi a pessoa que eu gostaria de ser... mas também a pessoa que eu nunca consegui ser.''






Em 1952 a atriz foi homenageada com uma cerimônia em frente ao Grauman's Chinese Theatre, deixando o seu autógrafo na Calçada da Fama de Hollywood e também as marcas de suas mãos e de seus pés;  no dia 8 de fevereiro de 1960, recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, localizada no número 6762 da Hollywood Blvd.
Atualmente, foi agraciada numa cerimônia na Casa Branca pelo ex-presidente americano George W. Bush com a Medalha Nacional das Artes; em 2010 foi condecorada com a Legião de honra pelo Presidente francês Nicolas Sarkozy. Recebeu no dia 17 de maio de 2015 um prêmio especial no Festival de Cannes, o prêmio de honra "Mulheres no cinema". 
Neste ano, este prêmio especial - que além de ter sido dado à De Havilland foi dado também à Jane Fonda - passa a ser pela primeira vez concedido às mulheres que contribuíram com a Sétima Arte. Passados 50 anos após tornar-se a primeira mulher a presidir o júri do Festival em 1965, Olivia de Havilland, com quase 99 anos de idade (na ocasião), é considerada um "símbolo vivo da Era de Ouro de Hollywood", e o prêmio reconhece "seu talento, sua carreira e seu compromisso com o mundo do cinema."
Em fevereiro de 2016 foi homenageada pela revista The Oldie, com o Prêmio Oldie of the Year, pelos seus quase 100 anos de idade.


Olivia disse em entrevista à Entertainment Weekliy no início de 2015, que  viu "GWTW" "cerca de 30 vezes" e ainda lhe traz alegria. "Felizmente, não me deixa melancólica", disse ela sobre observar seus colegas de elenco já falecidos. "Quando eu os vejo vibrantemente vivos na tela, eu experimento uma espécie de alegre reencontro."
O artigo observou que em Paris, ainda faz palavras cruzadas e está trabalhando em sua autobiografia. Ela também não pode esperar pelo seu próximo aniversário.

"Eu certamente estou curtindo a ideia de viver um século", disse ela. "Você pode imaginar isso?  Para mim é uma conquista".



                   


Fonte:
www.oliviadehavillandonline.com
www.memocine.com.br
www.achievement.org
www.vanityfair.com
www.today.com
pt.wikipedia
en.wikipedia



Soul Retro

Muito obrigada por sua visita, espero que tenha gostado do viu por aqui e espero ter a honra de seu retorno. Sua opinião é muito importante, conto com seu comentário. Beijinhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário