Sobre as Marchinhas dos Carnavais de Outrora...



🎊 🎉 🎭Todos prontos pra por o bloco na avenida? 🎊 🎉 🎭
Se você é um daqueles que não vê hora de fevereiro chegar pra cair na folia, vai amar este artigo sobre as marchinhas dos tempos de outrora.

É isso aí meu povo, VAI TER MARCHINHA SIM SENHOR!! Pelo menos aqui no blog!! Fiz uma seleção com 52 marchinhas clássicas pra vocês irem aquecendo os tambores enquanto leem o artigo.



Ô Abre Alas

Entre plumas, paetês, confetes e serpentinas, as marchinhas antigas fazem a alegria dos foliões há muitos carnavais. O estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, que fizeram grande sucesso entre os brasileiros até 1920, destacando-se estão A Baratinha(1917)  e Vassourinha (1912). Partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora um pouco mais rápido, as marchinhas brasileiras com suas melodias simples e vivas, polêmicas, provocativas e muitas vezes de duplo sentido,  caíram no gosto do povo e eram tocadas repetidas vezes noite a dentro nos salões de bailes de carnaval desde os tempos de outrora. Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do séc XX passaram a ter seu andamento ainda mais acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands.


A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 mas a célebre canção Ô abre Alas escrita em 1899 por Chiquinha Gonzaga para o Cordão Carnavalesco Rosa de Ouro é considerada a primeira marcha carnavalesca composto especificamente para o carnaval. O gênero musical atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, entre outrous, que interpretavam ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. 
As Marchinhas foram predominantes no carnaval dos brasileiros, em um período que se estendeu dos anos 20 aos anos 60, quando então começou  ser substituída pelo samba enredo. 
Os anos 30, 40 e 50 foram seus anos de glória, no entanto, no Rio de Janeiro e em diversas cidades do Brasil, as centenas de blocos carnavalescos que anualmente desfilam durante o carnaval continuam ano após ano, revivendo as antigas canções. 


Na começo dos anos 60, a popularização dos desfiles de carnaval marcou o início da ascensão do samba-enredo e o declínio da marchinha e dos blocos. José Roberto Kelly foi um dos últimos compositores que brilharam no gênero, com Cabeleira do Zezé e Mulata Iê-Iê-Iê - que foi composta em homenagem a Vera Lúcia Couto, primeira negra vencedora do Concurso Miss Guanabara em 1964. A composição da dupla João de Barro-Alberto Ribeiro, lançada sem sucesso em 1937, Balancê, tornou-se em 1980, uma das músicas mais tocadas do ano, na voz de Gal Costa – Sassaricando, gravada por Rita Lee para a novela de mesmo nome em 1987, também foi sucesso, mas nada comparado ao que outrora acontecera ao País,  onde somente em 1952 produziu cerca de 400 músicas de carnaval, a maioria delas marchinhas alegres e divertidas.

Pin up - por All Moore


📌Nota da autora
E mais uma vez a turma do ''mimimi''  entrou em ação. Logo as vésperas da maior festa popular nacional, iniciaram mais um protesto midiático de veto às marchinhas antigas, consideradas politicamente incorretas. Dentre elas estão as mais famosas composições: Maria Sapatão, escrita por ninguém menos que uns dos maiores comunicadores brasileiro, Aberlardo Barbosa, o Chacrinha, Cabeleira do Zezé e O Teu Cabelo não Nega, eternizada por Lamartine Babo estão na mira da censura de ativistas, inclusive um bloco carnavalesco do Rio de Janeiro chamado - Mulheres Rodadas; criado a partir de uma de tantas manifestações feminista chegou a excluir-la de seu repertória. 
O que muito me admira é que apesar de o carnaval ser considerada uma festa sem preconceitos e de pura diversão, músicas como estas estejam sendo banidas simplesmente pelo fato de brincar com temas que naquele tempo sim eram tabus e que mesmo assim fazia a alegria das pessoas independente de suas escolhas. Hoje, as próprias pessoas que se consideram tão abertas, livres de preconceito e evoluídas, agem de forma contrária ao que elas mesmo julgam combater, neste caso, censurando e banindo músicas que fazem parte da cultura do carnaval neste país. 
Infelizmente essa mania do politicamente correto pregado nas redes sociais tem deixado muita gente cada dia mais antissocial. O famoso mimimi dos textões de Facebook, busca um objetivo: doutrinar as pessoas a agirem maquinalmente com um discurso vitimista, pré-programado, fora da realidade que sempre cai em contradição, e as inocentes marchinhas agora são a bola da vez. Bani-las seria sim um retrocesso, seria o mesmo que retirar dos livros de história, os relatos de guerras, escravidão, o Holocausto e tudo o que poderia ''ferir'' os sentimentos de alguém. Particularmente, não sou foliã, não amo, mas também não odeio o carnaval, já fui à bailes, sambei muito e cá estou escrevendo sobre carnaval.
Pra mim, é de uma tolice sem tamanho o que estão fazendo em relação as marchinhas. O carnaval sempre brincou com conceitos como a sexualidade, além do mais, o que mais se vê no carnaval é homem fantasiado de mulher e ambos muitas vezes saem na avenida de nega maluca - outro caso que já rendeu muitos comentários nas mídias - e nem por isso há nenhum tipo de apologia ao racismo ou discriminação, muito pelo contrário, o que vemos são pessoas felizes brincando sem intenção nenhuma de desrespeitar a condição alheia.
Portanto, menos. Vamos parar de criar caso ok! Curtam a festa! Se é pra aparecer que seja com bela fantasia, vale até pendurar uma melancia no pescoço, mas por favor vamos deixar de picuinhas! Afinal, carnaval foi feito pra isso, pra brincar, inclusive com os estereótipos, seja você Maria Sapatão ou Maria Vai-com-as-outras! Mulata, negra ou sarará, branco, índio ou mameluco. Vista sua fantasia e caia na folia! 😉
Um bom carnaval à todos os foliões, divirtam com responsabilidade e pra quem vai aproveitar pra relaxar e fugir do barulho do samba, aproveitem o descanso. Beijos no coração e cuidem-se sempre. 💋


 ♫♬♪ Bônus track  ♫♬♪

Balancê  - Gal Costa




Donna Pepper

Muito obrigada por sua visita, espero que tenha gostado do viu por aqui e espero ter a honra de seu retorno. Sua opinião é muito importante, conto com seu comentário. Beijinhos.

2 comentários:

  1. Muito legal seu post amiga
    não gosto do carnaval mas as cores e fantasia e animação das pessoas
    e algo contagiante né.
    Obrigada pela visitinha lá no blog
    Beijos
    https://cherrycriis.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Obg Cherry! Eu tbm não sou das que não perdem um carnaval rsrs. acho bacana as marchinhas, que mesmo tão antigas e só lembradas nesta época do ano, fazem parte da cultura musical brasileira além de serem super divertidas elas colam na nossa mente que é quase impossível não cantarolar algumas delas :D
      Eu que te agradeço por sua presença por aqui, tu é sempre muitooo bem vinda. Xoxo. 😘

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