Especial do Mês - Guia Completo para um Casamento à Moda Antiga



Há alguns séculos o mês de maio foi declarado como o mês oficial das noivas. Esta tradição foi amplamente difundida em diversas culturas de diferentes países passando por centenas de gerações. Pode-se notar  sua influência nos dias de hoje até mesmo entre os costumes mais modernos.  

Existem algumas hipóteses muito interessantes a respeito da data, uma delas remonta a idade média. Por causa do rigoroso inverno europeu  e, como naquela época o aquecimento nas casas era muito difícil ou até mesmo escasso,  era comum que as pessoas passassem o inverno inteiro sem tomar banho. Em maio, com a chegada da primavera no hemisfério norte, as temperaturas ficavam mais amenas e era possível finalmente tomar um bom banho e o mês era sem dúvida auspicioso para realização das bodas. Unindo o útil ao agradável os enamorados aproveitavam a ocasião depois de um longo período sem tomar banho, para enfim se casarem enquanto estavam devidamente limpinhos e perfumados, o que sem dúvida favorecia e muito os recém casados. Talvez seja por isso que tenha surgido a expressão ''banho de noiva''.
Nesta época do ano as flores estavam frescas e viçosas o que ajudava  não apenas nos banhos tradicionais/rituais, como na decoração e no adorno sempre presente nos casamentos; as noivas levavam junto de si ao altar, um ramalhete de flores, os buquês, como conhecemos hoje. As flores s. Além disso, no início da primavera os europeus costumavam fazer festivais para celebrar a natureza, que se renova nessa época. Ao longo do tempo, as ideias de renovação e fertilidade foram associadas à comemoração do amor no casamento. Com tantos elementos conspirando a favor, inclusive as indispensáveis flores, ainda hoje noivas de todo mundo não abrem mão delas em suas bodas. 

Apesar da tradição ter nascido na Europa, mesmo por lá o mês de maio já não é mais um consenso na hora de unir maridos e mulheres. Em países como a Inglaterra, junho é considerado o mês ideal – trata-se de uma tradição da Antiguidade, quando os romanos homenageavam Juno, deusa das mulheres e dos casamentos. Na América do Norte, os americanos preferem dizer “sim” em fevereiro, considerado o mês nacional dos casamentos e vale tudo para celebrar a união perto do Dia dos Namorados, o Valentine's Day, que  é comemorado em 14 de fevereiro. 

Outra corrente, de cunho religioso, aponta para uma tradição católica. O mês de maio é consagrado à Maria, mãe de Jesus. Por isso, também é dedicado às mães. Como, em tese, a mulher que se casa deseja ser mãe um dia, poderia ter surgido daí a ideia de que as melhores datas para unir os casais seriam em maio. Na tradição cristã, o mês de maio passou a ser considerado o mês das noivas depois que a Igreja Católica adotou a cerimônia – que se firmou entre os anos de 1534 e 1539. Vale lembrar que  cerimônias de casamentos já existiam muito antes disso no Egito Antigo assim como na  Grécia e Roma antigas.

No Brasil, segundo dados do IBGE, maio não está em primeiro lugar na lista dos favoritos das noivas e sim dezembro. Por ser o mês que normalmente muitos entram em férias, isso facilitaria as viagens em lua de mel. Outra questão relevante é o pagamento do 14º salário que noivos e convidados fazem uso para investir nos preparativos. Em segundo lugar, vem o o mês de setembro, escolhido pelos mesmos motivos climáticos que os europeus, temperaturas agradáveis e claro, a primavera. Em terceiro lugar vem o mês de maio, mais por questões tradicionais do que logísticas. Há quem diga que o mês ainda é o preferido, e esta questão causa calorosos debates entre especialistas em assuntos voltados especialmente à casamentos.


Costumes, crenças e superstições

No passado, um casamento era visto como uma época em que as pessoas eram particularmente vulneráveis ​​à má sorte e aos maus espíritos. Muitas das crenças, costumes e até mesmo superstições se originaram séculos atrás. Tal como não ser visto pelo noivo em seu vestido de noiva antes da cerimônia é conhecido em  muitas partes do mundo. Outros podem ser regionais ou mesmo repetidos dentro de famílias de geração em geração afim de manter a crença de que seguindo determinados rituais,  eles lhes trarão boa sorte e felicidade para o casal em um momento em que suas vidas estão mudando definitivamente.

Vejamos algumas das crenças e superstições mais comuns:

  1. Cuidado com  mulheres grávidas, deficientes visuais, monges e freiras.

    Antigamente, quando as propostas de casamento eram um procedimento muito mais formal, era costume o pretendente enviar um amigo de confiança ou membro da família para conversar com sua noiva em potencial como parte do processo de proposta de casamento. Provavelmente foi a partir deste costume que se deu origem os tradicionais padrinhos do noivo.  Se durante o trajeto o mensageiro visse uma pessoa cega, uma mulher grávida seria considerado um mau presságio. Uma noiva que visse uma freira ou um monge no caminho para o seu casamento era dito ser amaldiçoada com uma vida estéril dependentes da caridade.  No entanto, ver pombos, cabras ou lobos eram vistos como bons presságios que trariam boa sorte para o casamento.
  2. Seus sobrenomes não devem começar com mesma letra!

    Por que? Ora, isso era um sinal inconfundível de má sorte pra e simplesmente! Casar-se com uma pessoa que tivesse o sobrenome com a mesma inicial era de deixar qualquer noiva a beira de um colapso. Não se sabe exatamente o porque desta superstição, no entanto existia uma rima antiga em inglês muito famosa na para tal estranho infortúnio: ''to change the name and not the letter, is to change for the worst and not the better'', o que para nós latinos não faz o menor sentido! Além disso, a noiva nunca deveria escrever seu futuro nome de casada antes da realização do enlace, essa hábito tentador traria infortúnios futuros.
  3. Não se case em maio, senão...

    Por  incrível que pareça, maio também já foi considerado um mês ruim para o casamento. 
    Nos tempos dos antigos pagãos, o festival de Beltane, reconhecido nas comemorações da Festa da Primavera, mas que originalmente marcava o início do Verão, era celebrado com orgias ao ar livre celebrado no primeiro dia do mês. Por isso, pensava-se que este era um momento inadequado para iniciar a vida conjugal. Nos tempos romanos, a Festa dos Mortos e a festa da deusa da castidade ocorriam em maio. Logo, a data era vista como um mal agouro aos amantes que não queriam qualquer associação a morte ou a votos de castidade matrimonial em suas núpcias.
  4. A cor do vestido determina o sucesso ou o fracasso do casamento.

    Mais uma vez advertidas em forma de rimas e ditos populares, as noivas de outrora já tiveram que conter o desejo de usar uma cor que não fosse o branco clássico,  embora em muitas culturas  a cor adequada para o grande tivessem cores fortes, como na Índia por exemplo,  onde o vermelho é a cor ideal para o casório e simboliza sorte, o branco simboliza o luto. No Japão, branco sempre foi a cor escolhida para as noivas – muito antes da Rainha Vitória popularizar esta cor no mundo ocidental.
    Casar usando um vestido verde queria dizer que a noiva era promiscua antes do casamento e costumava ter encontros íntimos pelos campos.
    Casar de amarelo, significava que a noiva sentia repulsa ou vergonha de seu companheiro.
    O vermelho, faria com que se desejasse estiver morta ao invés de casada.
    Rosa, simboliza depressão e melancolia eminentes.
    Cinza, era uma boa cor apesar de pouco usado, significava que o casamento iria longe.
    Casar de preto,  causaria arrependimento e o desejo de voltar atrás.
  5. Adereço protetor

    O véu é um costume que surgiu na Grécia antiga e que agrada a gregos e troianos. A crença grego-romana garantia que o uso véu protegia a mulher do mau-olhado de maus espíritos e fantasmas e de outros homens que poderiam vir a cobiçar-la. Também significava a passagem da vida de solteira para a vida de casada.
  6. Gatos e aranhas

    Estranhamente, acreditava-se que se um gato faminto devorasse o sapato esquerdo dos noivos uma semana antes de seu casamento isso seria sinal de boa sorte e de acordo com a lenda inglesa, encontrar uma aranha dentro do seu vestido antes da marcha nupcial, apesar de assustador era um sinal de bom presságio.
  7. Viuvez  anunciada e flores apropriadas

    Deixar cair as alianças durante a cerimônia simbolizava a morte. O descuidado seria o primeiro a morrer. A flores também eram carregadas de simbologia. Cada flor tinha o seu significado: a hera representava fidelidade; o lírio a pureza; as rosas vermelhas o amor; as violetas a modéstia; as flores de laranjeira concediam fertilidade e alegria ao casal. De acordo com a tradição, pétalas de rosas amarelas são atiradas enquanto a noiva e noivo caminham em direção à saída da igreja. Desta forma, acredita-se que se está a assegurar a lealdade neste casamento.
    Quando se atiram pés de rosa antes de a noiva chegar é para afastar espíritos malignos que estejam no subsolo, e assim se garanta a fertilidade da futura esposa.

  8. Chuva de arroz, sinos e muito barulho

    A tradição de arremessar arroz no casal vem da Ásia, pois lá o grão é sinônimo de prosperidade. Mais precisamente, surgiu na China quando no casamento de sua filha o pai, um Mandarim, que quis ostentar todo seu luxo e fortuna com uma chuva. O arroz é jogado nos noivos para trazer prosperidade e riquezas.
    Há lugares que jogam ervilhas nos recém-casados ao invés de arroz.
    O soar dos sinos são tradicionalmente usados em casamentos irlandeses para manter os maus espíritos longe e garantir uma vida familiar harmoniosa. Algumas noivas irlandesas levam pequenos sinos em seu buque como uma lembrança de seu casamento votos sagrados, e eles são um presente para recém-casados.
    O costume de latinhas amarradas nos carros que conduz os noivos é relativamente novo. Foi uma maneira moderna de incorporar a tradição antiga que dizia que quando se fazia barulho ao sair de um momento importante, como o casamento, os maus espíritos seriam espantados, e dessa forma não trariam nenhuma energia negativa para a vida dos noivos.
  9. Quebra-quebra

    Em tempos remotos, recém-casados na Grécia quebravam pratos na porta de seus novos lares, pois acreditavam que isto afastava maus espíritos. Ao longo dos anos, a tradição evoluiu para a quebra dos pratos durante a cerimônia de casamento.
    Na Itália, muitos recém-casados quebram um vaso de vidro no seu casamento. A tradição diz que, as quantidades de peças de vidro quebradas irão simbolizar quantos anos eles estarão casados e felizes.
    Na cerimônia judaica, após as sete bençãos, recitadas no ritual, que se referem à criação do mundo e do homem, à sobrevivência do povo judeu e da terra de Israel, ao casamento, à felicidade do casal e à criação da família, o noivo tira o véu da noiva e quebra um copo no chão. A quebra do copo tem vários significados, entre eles, a lembrança da destruição do templo de Jerusalém e a simbologia de que da mesma forma que o copo não pode ser emendado, o casamento muda os noivos para sempre. Em seguida todos gritam boa sorte (Mazel Tov) aos noivos.
  10. Chuva ou sol?

    Chuva no dia do seu casamento é considerado boa sorte, de acordo com a tradição hindu. Em algumas culturas, a chuva no dia do seu casamento simboliza a fertilidade e pureza. Segundo a lenda a água da chuva leva embora todos os pensamentos e energias negativas que possam estar rondando os noivos. Mas há também quem acredita que chuva no dia do casamento é sinal de lamento e choro, e a escolha mais certa seria um dia ensolarado de céu claro sem ameça de aguaceiro ou até mesmo chuviscos.
  11. Compre algo o mais rápido possível!

    Ou melhor, seja o primeiro a comprar algo imediatamente após a cerimônia. Isto fará com o mais rápido seja a força dominante no relacionamento. Noivas precavidas organizam-se previamente a comprar de um pequeno item de suas madrinhas ou damas de honra imediante após os votos.
  12. Garantindo  um pretendente

    Reza a lenda que se a irmã mais nova casar antes da mais velha, diz-se que a irmã mais velha deve ir ao casamento descalça porque senão nunca mais vai arrumar um marido.
    No Brasil, é costume as convidadas pisarem na barra do vestido da noiva para garantir que vão se casar. Outra crença muito famosa que surgiu em Nápoles, na Itália e talvez seja a mais repetida não só no país de origem como também no Brasil, é a devoção ao santo casamenteiro, Santo Antonio. Entre as simpatias mais populares, acredita-se que as jovens devem comprar uma pequena imagem do Santo e tirar o Menino Jesus do colo, dizendo que só o devolverá quando conseguir encontrar o amor, ou ainda, virar a imagem de cabeça para baixo.
    Outra crendice nacional diz que se a mulher comer direto na panela, é sinal de que vai chover no casamento e não se pode varrer os pés das pessoas, senão jamais iram se casar.
  13. Carregando a mulher ao colo

    Existem duas explicações para esta tradição, em que o noivo carrega a noiva ao colo, na primeira vez que entram em casa depois de casados.
    A primeira é para proteger a noiva contra os espíritos malignos que possam estar debaixo do chão da entrada.
    A segunda explicação aponta para os tempos romanos quando se acreditava que se a noiva tropeçasse quando entrasse pela primeira vez em casa, causaria azar e infelicidade no futuro do seu casamento.



Tradições peculiares

A tradição vitoriana de algo velho, novo, emprestado e algo azul e uma moeda de prata de seis pences (centavos) no sapato da noiva, é uma tradição popular que noivas modernas do velho mundo não abrem mão.

🔖Algo velho representa os amigos do casal que se espera permanecer próximos durante o casamento. Tradicionalmente,  era uma velha liga dada à noiva por uma mulher que possuía um casamento feliz, na esperança de que sua felicidade no casamento e a estabilidade da vida casada fossem repassadas à nova noiva.

🔖Algo novo representa a nova aventura dos recém-casados ​​"estão embarcando juntos como casal em um futuro feliz e próspero.''

🔖Algo emprestado é frequentemente emprestado pela família da noiva, um item muito valorizado pela família. A noiva deve retornar o item para garantir boa sorte. Isto simboliza o amor e o apoio da família e dos amigos.

🔖Algo Azul se originou no antigo Israel, onde a noiva usava uma fita azul em seu cabelo para representar o amor e a fidelidade.

A prata de seis pence no sapato era para garantir a riqueza  do casal na vida conjugal. Hoje algumas noivas substituem um centavo em seu sapato durante a cerimônia pois as antigas moedas de prata não são mais comuns.
As noivas suecas colocam uma moeda de prata do seu pai e uma moeda de ouro da sua mãe em cada sapato para garantir que nunca falte dinheiro no casamento.

Na tradição inglesa casar-se na segunda-feira, trazia riquezas, as terças-feira, saúde, quarta era considerado o melhor dia da semana, as quintas, trariam perdas, as sextas-feiras azar, pois normalmente coincidia com o dia 13 que também simbolizava a morte e consequentemente o dia seguinte, sábado era o pior dos dias. Contudo, o sétimo dia da semana tornou-se com o passar do tempo, a o dia preferido para realização de casamentos.

Para atrair boa sorte, as mulheres egípcias beliscavam a noiva no dia do seu casamento e a noiva finlandesa, tradicionalmente, vai de porta em porta recolhendo os presentes dentro de uma fronha, acompanhada por um homem mais velho, casado, que representa um casamento duradouro.

Na Holanda, um pinheiro é plantado fora da casa dos noivos como um símbolo de fertilidade e boa sorte. Na Ásia, usar mantos bordados com pingentes simboliza fidelidade no casamento.

O uso da grinalda permite que a noiva se distinga dos convidados, fazendo com que se pareça com uma rainha. Tradicionalmente, quanto maior a grinalda, maior é o símbolo de status e de riqueza.

A razão da noiva ficar sempre do lado esquerdo do seu noivo tem a sua origem entre os anglo-saxões. O noivo, temendo um ataque dos dragões e outras ameaças, como a tentativa de rapto da noiva, deixava sempre o braço direito livre para sacar a sua espada.
Outra explicação diz que, quando a noiva fica no lado esquerdo, afasta o risco de infidelidade.

No Egito, a família da noiva, tradicionalmente, cuida de toda a comida do casal na semana seguinte ao casamento. Assim os recém casados podem aproveitar a intimidade dos primeiros dias da vida a dois sem preocupações com as tarefas básicas domésticas.
Na África do Sul, os pais do casal realizam tradicionalmente a cerimônia de acender a chama do lar, para garantir que o fogo do casamento dos filhos nunca se apague.

Em muitas culturas ao redor do mundo – incluindo a cultura celta, hindu e casamentos egípcios – as mãos da noiva e do noivo estão literalmente amarradas para demonstrar o compromisso do casal. As despedidas de solteiro foram criadas por soldados espartanos, que brindavam seus últimos dias de solteirice com uma festa bem animada e barulhenta.

Um costume romano, acreditavam que a noiva que passasse por sobre as pétalas de flores teria sorte e carinho perene para o seu amado. De acordo com a cultura grega, colocando um cubo de açúcar sobre a noiva garantiria uma doce união.

Nos EUA, é costume realizar a famosa “dança do dólar”, onde o convidado pode pagar para dançar com o noivo ou noiva. No México, ao invés de jogar o buquê para as amigas solteiras, a noiva deixa o mesmo aos pés de uma imagem da Virgem Maria.
No Brasil o noivo  recolhe um dinheirinho dos convidados dando em troca pequenos pedaços da gravata usada na cerimônia enquanto a noiva passa seus sapatos pelos convidados para que eles os encha de dinheiro, como um presente de última hora.





O Vestido Ideal

A história do vestido está ligada à própria origem do casamento, que surgiu com o objetivo de legalizar uma unidade familiar, seja para a legitimação dos filhos e da herança, o estabelecimento de alianças entre famílias e clãs ou a reunião e troca de bens e riquezas.
De início, as cores eram variadas, contanto que os vestidos fossem suntuosos, luxuosos. Até porque o casamento era visto como um arranjo comercial e o vestido da noiva servia justamente para mostrar à sociedade que as famílias tinham posses.
Os vestidos podiam ser de qualquer cor, inclusive muito se usou vermelho em épocas mais remotas, como na Idade Média (entre 476 d.C. e 1453 d.C.) e em culturas diferentes, como no Japão, Índia e China. A noiva romana, por exemplo, podia usar um véu vermelho escuro, quase em tom de vinho, sobre uma túnica amarela cor de açafrão. Na Grécia antiga, as mulheres usavam cores escuras, inclusive estampados.
O preto predominou na alta Renascença (século XVI), entrando no período barroco (século XVII), época em que a Espanha ganhou primazia nos costumes europeus, e a cor mais propícia para se apresentar em uma sociedade extremamente religiosa, inclusive para as noivas.
Sobre a origem do vestido branco, não há consenso. Registros indicam que a rainha Mary Stuart, da Escócia, foi pioneira e aderiu ao branco no século XVI. Uma das explicações para a escolha foi que Mary Stuart fez uma homenagem à família Guise, de sua mãe, que tinha a cor branca no brasão.
Outro relato é sobre o casamento da rainha Maria de Médici, da França, no século XVII. Natural da Itália, Maria usou uma vestimenta branca, com detalhes dourados e com decote quadrado, causando rebuliço na corte francesa. Diz-se que, apesar de ser de tradição católica, ela se rebelou contra a estética religiosa que indicava o uso de cores escuras, geralmente preto, e vestidos fechados até o pescoço. Michelangelo atribuiu o branco do vestido de Maria de Médici à pureza da moça, que tinha apenas 14 anos.
O romantismo fez com que muitos atribuam a origem do vestido de noiva branco à rainha Vitória, da Inglaterra, no século XIX. Isso porque ela foi uma das primeiras nobres a se casar por amor e em um esplendoroso traje, com vestido e véu brancos e sem coroa, o que também foi inédito. Por ser uma rainha, foi ela quem pediu o marido, o príncipe Albert, em casamento. Depois que o marido morreu, a rainha Vitória só usou preto, por isso se associa a época vitoriana a essa cor.

O Buquê

O costume da noiva levar um buquê começou na Grécia Antiga. Naquela época os arranjos eram constituídos por ramos de ervas e alho para atrair bons fluidos e afastar o mau-olhado.
No período da Idade Média as noivas faziam o trajeto a pé para a igreja, no qual recebiam flores, ervas e temperos para lhe trazerem sorte e felicidade, formando assim, no final do trajeto, um buquê.
Foi na Europa que os arranjos tornaram-se mais sofisticados, com flores exóticas, delicadas e sofisticadas.
Na época Vitoriana, século XIX, era impróprio declarar abertamente seus sentimentos, criou-se então a “Linguagem das Flores” para demonstrar suas intenções sem falar uma palavra sequer. Os buquês passaram a ser escolhidos pelo significado das flores. Na antiga Polônia, acreditava-se que, colocando açúcar no buquê da noiva, seu temperamento se manteria "doce" ao longo do casamento.
Antigamente as noivas confeccionavam dois arranjos. Um era abençoado por um sacerdote e preservado numa redoma de vidro que era exposto na sala de casa ou no quarto. O outro era arremessado para as mulheres solteiras da festa, que segundo a crença, a que agarrasse o buquê seria a próxima a se casar, ritual que é realizado até hoje nas cerimônias. Esse hábito de jogar o buquê surgiu na França no século 14 e inclui uma superstição que carrega uma pitada de maldição. Caso a moça solteira que tenha pego o buquê lançado pela noiva não se case no prazo de seis meses, ela jamais se casará.

As Alianças

A aliança é um costume muito antigo e atravessou a história até chegar aos dias de hoje como uma tradição ainda vigente. Para os egípcios ela o círculo perfeito e contínuo  representava a eternidade. Já os gregos colocavam a aliança no dedo anelar da mão esquerda por acreditar que nele havia uma veia que se conectava com o coração. Os romanos também seguiram essa prática, incorporada por diversas culturas ao redor do mundo.
Há quem acredita que as alianças devem ser lisas e de metal, o ouro tradicionalmente amarelo, para garantir a continuidade e a fidelidade do casamento. A aliança, segundo a superstição, não deveria ter interferência porque ela significa o amor infinito, sem obstáculos.
Os diamantes tornaram-se populares nos anéis de noivado entre venezianos ricos no final do século XV. Colocar uma safira em um anel de casamento significa felicidade conjugal.
Nos Estados Unidos e em outros países, o anel de noivado é diferente da aliança de casamento e costuma ter um brilhante para simbolizar a eternidade do amor.

Damas de Honra

Os romanos acreditavam que espíritos maus tentariam influenciar a noiva por isso exigiam pelo menos 10 testemunhas no casamento. As testemunhas, ou damas de honra, protegiam a noiva e enganavam os espíritos por estarem todas vestidas  iguais.
Uma tradição turca, a noiva pede a uma de suas damas de honra para assinar a sola de seus sapatos. De acordo com a tradição, no final da recepção a menina cujo nome desgastou mais será o próxima a se casar.


As 5 amêndoas

Segundo a tradição, as amêndoas confeitadas brancas simbolizam os votos que os convidados desejam aos noivos no momento do casamento/matrimônio. Frequentemente são entregues 5 (cinco) amêndoas confeitadas branca para cada convidado como lembrança do casamento.
Cada amêndoa possui um significado especial e diferente. Elas  representa algo que todos desejam para o casal: Felicidade, Fertilidade, Longevidade, Riqueza e Saúde. Há ainda um outro significado no uso das amêndoas confeitadas como símbolo do matrimonio: seu sabor agridoce (amargo + doce). A vida, representada pela amêndoa amarga, é coberta por um revestimento doce que compensa a amargura com a doçura do casamento. Elas só devem ser distribuídas em números ímpares em um casamento, porque isso representa o vínculo indivisível do casal e vida compartilhada.

O Bolo

Muitas tradições de casamento têm origem na Roma e Grécia antigas. Uma delas, romana, é a tradição do bolo. No tempo dos romanos, a noiva comia um pedaço do bolo como símbolo do pedido para que tudo desse certo ao casal dali pra frente. O costume de bolos de vários andares surgiu de uma brincadeira onde a noiva e o noivo deveriam conseguir se beijar por cima do bolo, sem derrubá-lo. 

O bolo de casamento era na sua origem uma grande porção de pequenos bolos de trigo que foram previamente quebrados na cabeça da noiva para lhe trazer boa sorte e fertilidade. No fim todos os convidados comiam uma migalha para garantir um futuro feliz.
Diz-se que as jovens solteiras que dormirem com uma destas migalhas debaixo das suas almofadas, sonharão com o futuro marido.

Nos tempos medievais eram os convidados quem traziam pequenos bolos e empilhavam-nos no centro de uma mesa. A noiva e noivo, um de cada lado da mesa, tentavam-se beijar sobrepondo-se a todos os bolos.
Foi um pasteleiro francês  quem teve a ideia de juntar todos os pequenos bolos num único grande bolo. Tradicionalmente, os jovens noivos fazem o primeiro corte no bolo em conjunto para simbolizar o início de uma vida conjunta.

Os Presentes e  preparativos

A tradição dos presentes surgiu na Idade Média, onde três presentes principais eram trocados: a família da noiva era a responsável pelo pagamento do dote (o pai da noiva sentia-se proprietário da noiva, por isso pedia um valor por ela). Os pais do noivo eram responsáveis pela moradia. E o sacerdote que celebrava o matrimônio recebia o terceiro presente.
A lista de presentes, antigamente, era destinada diretamente à noiva, a mulher era presenteada  com ferramentas, animais, moedas, pedras preciosas, roupas dentre outros utensílios para a manutenção do lar.
Dizem ser de mau agouro dar facas de presente de casamento, isso pode simbolizar que os laços dos noivos serão cortados. O chá de cozinha, muito popular entre as mulheres e presente em praticamente todos as festas que antecedem ao casamento, não foi criada exclusivamente para as mulheres. A origem desse evento surge com um homem. Um pobre holandês trabalhador que se apaixonou por uma moça rica, cujo pai recusou a financiar o casamento e era contra a união. Foi aí que os amigos do pretendente se juntaram para doar objetos e itens que ajudariam na mobília do casal.
As moças tradicionais confeccionavam seus enxovais desde muito novas, bordando roupas de cama, mesa e banho, faziam rendas a mão que serviriam para compor seus vestidos de casamento e também para adornar as roupas usadas na noite primeira noite do casal. 


Do Beijo à Lua de mel

A cerimônia não termina enquanto a permissão para o beijo não for dada. De fato, houve tempos em que o noivado não seria considerado válido se não fosse selado por um beijo.
Para os romanos, o primeiro beijo trocado pelos noivos no encerramento da cerimônia teve diversos significados ao longo dos tempos.
Outras culturas acreditavam que o casal trocava espíritos na respiração e que parte das suas almas também eram compartilhadas. Além do beijo, outro gesto simbólico carregado de significados era o
costume de carregar de que o noivo deve carregar a noiva no colo. Essa tradição tem sua origem   orientais. Acredita-se que os gênios ruins (que atacariam apenas as mulheres) ficam a espera da noiva na porta do quarto nupcial.
O marido protege a esposa carregando-a, para evitar que ela não pise em algo ruim. Algumas tradições acreditam em mau olhado, se a noiva cair à entrada da casa.
Outras falam em azar se ela entrar com o pé esquerdo. Se o noivo levá-la no colo, evita esses dissabores. Uma explicação alternativa para o fato é que os anglo-saxões costumavam roubar a noiva e carregá-la nas costas.

A Lua-de-Mel tão ansiada pelos recém casados é um dos momentos mais inesquecível no início vida do casal, tanto,  que sua origem pode ser encontrada em diversos povos e culturas diferentes.
Os germânicos tinham por costume, casar-se na lua nova. Durante a cerimônia de casamento, os noivos bebiam o Hidromel (mistura de água com mel) à luz do luar para propiciar boa sorte.
Já em Roma, os convidados do casamento, pingavam gotas de mel na porta de entrada da casa dos noivos, para que eles desfrutassem de uma vida mais doce.
Os judeus preferem casar na lua crescente, pois assim acreditam ter felicidade na vida conjugal.
E existe ainda uma versão mais antiga, que remonta aos tempos onde o noivo sequestrava a mulher amada, às vezes contra a sua vontade e a escondia por cerca de um mês, exatamente o período entre uma lua cheia e outra. Durante esse período, o homem oferecia à futura esposa uma bebida afrodisíaca, adoçada com mel, até que a noiva se entregasse ao noivo.




Referencias:








Soul Retro

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