Especial CLARK GABLE - Cafajeste, másculo e sedutor!

O REI de HOLLYWOOD



Qual mulher não sonhar estar nos braços do grande galã do cinema, CLARK GABLE!?
Sua personalidade em frente as câmeras, enérgica, forte e dominadora, o ar bonachão, cinismo latente e estampa de super-homem. levava mulheres ao êxtase. O herói-bandido das telonas  emanava masculinidade e romantismo em “O Grande Motim”, “Aconteceu Naquela Noite”, “... E o Vento Levou” e “Os Desajustados”.



Astro de carisma perene e forte presença dramática - mesmo em histórias de aventura -, era alto, bonito, engraçado, robusto e sexy, Gable casou-se cinco vezes, dormiu com muitas de suas co-estrelas, e em quase todos os seus filmes como galã romântico, ele persuade, engana, espanca, dá tapas, maltrata o objeto de sua afeição. Em outras palavras, nas telas é um cafajeste, um cafajeste sedutor, de bom coração. Na vida real, nunca foi pego por mau comportamento. Além de sussurros na meca do cinema e insinuações nas colunas de fofocas, a sua imagem permaneceu relativamente imaculada. Seus negócios sexuais - e os frutos desses assuntos - foram mantidos em segredo pelos hábeis profissionais de publicidade do seu estúdio, a poderosa Metro-Goldwyn-Mayer.

Clark Gable no set de “Hell Divers” 1931.

Filho de um pequeno fazendeiro e de uma descendente de alemães e irlandeses, com alguns meses de vida, ele perdeu a mãe. Trabalhou como perfurador de petróleo e domador de cavalos, mas aos vinte e um anos herdou do avô trezentos dólares e partiu para Kansas City, unindo-se a uma companhia de teatro ambulante, que acabou se dissolvendo em poucos meses; então, mudou-se para o Oregon, juntando-se a outro grupo teatral, dirigido por Josephine Dillon. Ela ensinou-lhe postura, representação, pagou para arrumar seus dentes, mudou seu estilo de cabelo, melhorou-lhe a grosseira dicção, ensinou-lhe como comportar-se educadamente e o que fazer com as desajeitadas mãos e pés enormes, preparando-o para a carreira cinematográfica. Em 1924, eles foram morar em Hollywood e se casaram. Ela era quatorze anos mais velha que ele. Com a influência da experiente e ativa Josephine, o jovem ator conseguiu participação como figurante em filmes como “Ben-Hur / Ben-Hur:  A Tale of the Christ” (1925) e “A Viúva Alegre / The Merry Window” (1925).

em Hell Divers, 1931.


Após sua atuação memorável na peça “The Last Mile”, em 1930, bancada por sua segunda esposa, teve ótima recepção da crítica, o que lhe angariou vários testes para o cinema. Um deles ficou famoso, quando Darryl F. Zanuck o testou para o papel principal de “Alma no Lodo / Little Caesar” (1931), e o rejeitou, alegando: “Não serve pra o cinema. As orelhas são grandes e se parece com um macaco”. No entanto, despertou o interesse da M-G-M, que confiou a ele um pequeno papel em “Tentação de Luxo / The Easiest Way”, em 1931, ao lado de Constance Bennett. Seu nome, porém, era o último do elenco, mas o estúdio recebeu uma avalanche de cartas e telegramas indagando sobre o “simpático ator”. Após alguns papéis descartáveis, alcançou fama como o marginal de “Uma Alma Livre / A Free Soul”, em 1931, praticamente roubando o filme.

com Norma Shearer em ''Uma Alma Livre''

Com o sucesso, seu nome passou a representar um sinônimo de superioridade, e um jargão varreu os Estados Unidos e o mundo se alguém tentasse se meter a importante: “Quem você pensa que é, Clark Gable?”. Seu estilo peculiar nas telas foi criado por Louis B. Mayer e o diretor de publicidade Howard Strickling. Eles tiveram a ideia de lançar um novo tipo de galã, movido menos pelo romantismo e mais pelo cinismo, domínio e sex-appeal agressivo, características mais compatíveis com o período de violência e agitação da Grande Depressão. Tentaram também que operasse as orelhas, mas ele recusou. Concordou, porém, em trocar os dentes, que, dizem, eram horríveis, e mesmo assim os dentistas nunca os ajustaram corretamente. O bigode fino e a elegância impecável são algumas das características que fizeram sua fama.


 Clark Gable e Carole Lombard em Casar por Azar (1932)
Divorciado de Josephine Dillon, conheceu uma rica socialite do Texas, dezessete anos mais velha do que ele, Rhea Langham, que se tornou sua companhia constante, ensinando-o a se vestir como um nova-iorquino, melhorando-lhe as maneiras, apresentando-o às famílias da alta sociedade e mantendo-lhe sempre renovado o guarda-roupa. Casaram-se em 1930. Nos anos seguintes, Gable seria par romântico nas telas das maiores estrelas da MGM: Norma Shearer, Greta Garbo, Joan Crawford, Jeanette MacDonald, Hedy Lamarr, Lana Turner, Greer Garson, Myrna Loy, Rosalind Russell, Jean Harlow, Ava Garner, Deborah Kerr, Eleanor Parker, Vivien Leigh, Marion Davies etc.

com Jean Harlow em ''Mares da China'', 1935.

Com Joan Crawford fez oito filmes. Segundo ela, quando o conheceu “foi como uma corrente elétrica passando pelo meu corpo ... meus joelhos fraquejaram ... se ele não tivesse me segurado pelos ombros, eu teria caído”. Embora casados (Joan com Douglas Fairbanks Jr., filho do grande astro do cinema mudo), começaram um caso nada discreto que iria durar muitos anos, atravessando vários filmes, casamentos e divórcios. Pressionados pelo estúdio e ameaçados pela mulher do ator, procuraram frear os ânimos. Em 1933, devido às suas insubordinações e impertinências, recusando papéis, Clark Gable foi cedido, como “castigo”, para a então modesta Columbia Pictures, para o papel do repórter Peter Wayne em “Aconteceu Naquela Noite”, de Frank Capra, o qual lhe valeu o Oscar de Melhor Ator. Nessa comédia, ele exerceu um profundo efeito sobre a moda masculina da época, quando apareceu em uma cena sem camiseta, ao tirar sua camisa, contrariando o costume então vigente. Vendedores de roupas masculinas de todo o país confirmam que houve uma queda na venda de camisetas nesse período.

com Claudette Colbert em ''Aconteceu Naquela Noite''.


Ao rodar “O Grito da Selva” com Loretta Young, uma das mulheres mais belas do cinema e uma estrela importante, os dois se apaixonaram e tiveram um romance. Ela engravidou, mas como era contra a sua religião, não abortou, criando uma elaborada trama para esconder o fato: se escondeu na gravidez e depois adotou a própria filha como se fosse uma estranha. Se o nascimento tivesse saído na imprensa certamente teria arruinado a carreira de ambos. William Wellman Jr., diretor do filme, questionado sobre o caso, respondeu: “Tudo o que sei é que Loretta e Gable tornaram-se amigos íntimos enquanto faziam o filme e fazia muito frio por lá... Quando o trabalho terminou, ela desapareceu por uns tempos e mais tarde surgiu com uma garotinha com as maiores orelhas que eu jamais vira, a não ser num elefante, dizendo tê-la adotado”.


com Loretta Young e ''O Grito da Selva'', 1935

Em 1935, o ator esteve no Rio de Janeiro, de férias, sendo recebido por uma multidão. Na época, seu nome estava incluído entre as dez maiores atrações do mundo do cinema, tendo sido uma das mais duradouras presenças na famosa lista anual dos “Top Ten Money Making Stars”, divulgada pelo “Motion Picture Herald e Fame”. Da primeira apuração oficial – 1932 – até a última vez em que seu nome constou entre os “dez mais” – 1955 -, teve dezesseis participações na lista. Em 1939, após uma eleição que mobilizou os jornais e revistas especializadas dos EUA, foi eleito o “Rei de Hollywood”, coroado por Ed Sullivan diante dos microfones da NBC. Myrna Loy ganhou o título de “Rainha”, que não seria duradouro. A popularidade de Gable era assombrosa. As mulheres queriam beijá-lo, algumas lhe imploravam para ter um filho seu, outras tiravam o sutiã para que fosse autografado.

Gable e Vivien Leigh em “... E o vento levou”.

Cogitado para o papel de Rhet Butler em “... E o Vento Levou”, não apenas pela opinião do público, que o escolhera por votação em um concurso da revista “Photoplay”, mas também pelo produtor David O. Selznick, que tivera sua primeira negociação com Errol Flynn embargada pela Warner Brothers, Clark Gable, na verdade, nunca teve muita vontade de fazer a superprodução, e levou muito tempo para ler o romance de Margaret Mitchell, lendo-o mais por insistência dos amigos. No entanto, para o universo popular, é mais conhecido, até os dias atuais, pelo seu personagem nesse famoso épico. Ele jamais gostou da obra do megalomaníaco Selznick e costumava dizer que o melhor trabalho que fez foi “Parnell, o Rei Sem Coroa / Parnell” (1937), um absoluto fracasso de crítica e bilheteria. Apreciava também “Aconteceu Naquela Noite”.

com Carole Lombard

Depois de outro divórcio, ele se casou com Carole Lombard, na ocasião a atriz mais bem paga do mundo. Era no período da Segunda Guerra Mundial, e ele foi nomeado pelo presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, como presidente do “Comitê de Hollywood para a Vitória”, e Carole incluída na primeira viagem pelo esforço de guerra, com a finalidade de vender bônus. Em janeiro de 1942, o avião em que Carole e sua mãe estavam, caiu, matando todos a bordo. O ator ficou devastado. Em seguida, numa espécie de suicídio, serviu como voluntário na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler tinha Gable como seu ator preferido, e ao saber de sua presença no front ofereceu uma recompensa por sua captura. Com a patente de major, ele recebeu a “Cruz de Distinção em Voo” e a “Medalha do Ar”, por “feitos excepcionalmente meritórios em cinco diferentes missões de combate em bombardeiros”.

com Hedy Lamarr em “O Inimigo X” de 1940

De volta ao mundano, teve um breve romance com a atriz Paulette Goddard, e em 1949, casou-se com Silvia Ashley, viúva de Douglas Fairbanks e baronesa de Alderly. O casamento teve curta duração e eles se divorciaram em 1952. Em 1955, casou-se com a bela Kathleen Williams, quinze anos mais nova, tornando-se padrasto de seus dois filhos. Viveu com ela até o fim de sua vida. Apesar de se manter popular, Clark Gable não se deu bem na segunda fase de sua carreira. Em 1944, retornou ao cinema em “Aventura / Adventure” (1945), de Victor Fleming, um total fracasso. Então, seu encanto passou a ser questionado, como se o seu tipo de masculinidade estivesse ultrapassado. Logo seria substituído em popularidade por Burt Lancaster, Robert Mitchum, Glenn Ford ou Rock Hudson.

Mesmo em declínio, ficaria na M-G-M até “Atraiçoados / Betrayed”, em 1954. Em 1955, contratado pela 20th Century-Fox, fez “O Aventureiro de Hong-Kong / Soldier of Fortune” e “Nas Garras da Ambição / The tall Men”. Posteriormente, experimentou produzir seus próprios filmes, mas não teve sucesso e desistiu. No começo dos anos 1960, ainda era um homem charmoso e imponente, seguro de si e com aquele toque de cinismo que torna inconfundível seu estilo e sua personalidade nas telas. Ao concluir as filmagens de “Os Desajustados”, sofreu um infarto do miocárdio e morreu dez dias depois. Enterrado no mesmo túmulo que havia construído para Carole Lombard e sua mãe, não viveu para ver sua última performance no cinema nem para conhecer seu filho, John Clark, fruto de seu casamento com Kay. Ao seu funeral, foram prestar-lhe homenagem, estrelas como Spencer Tracy, Robert Taylor e James Stewart.

com Marilyn Monroe em '' Os Desajustados'', 1961

Ele não tinha um rosto perfeito, possuía orelhas imensas e envelheceu precocemente (como Gary Cooper e James Stewart). Nada disso interferiu na sua imensa popularidade. Sem nunca fugir do estereótipo de galã machão, CLARK GABLE conquistou um número tão grande de fãs e de sucessos que, mesmo sem ser um ator extraordinário, foi alçado à condição de “Rei” incontestável de Hollywood por três décadas. Tinha como trunfos, um forte magnetismo e transpirava virilidade, numa época em que os galãs do cinema deviam ser gentis e até mesmo um pouco assexuados. Em 1999, o prestigioso American Film Institute (AFI) nomeou-o a sétima maior estrela masculina do cinema de todos os tempos.


10 Filmes de GABLE para você maratonar:


01
O GRANDE MOTIM
(Mutiny on the Bounty, 1935)
de Frank Lloyd
Com: Charles Laughton, Franchot Tone e Movita

02
ACONTECEU NAQUELA NOITE
(It Happened one Night, 1934)
de Frank Capra
Com: Claudette Colbert, Walter Connolly e Ward Bond


03
O GRITO DAS SELVAS
(The Call of the Wild, 1935)
de William A. Wellman
Com: Loretta Young e Jack Oakie


04
... E O VENTO LEVOU
(Gone with the Wind, 1939)
de Victor Fleming
Com: Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia De Havilland,
Hattie McDaniel, Thomas Mitchell e Jane Darwell




05
MARES DA CHINA
(Chinas Seas, 1935)
de Tay Garnett
Com: Jean Harlow, Wallace Beery, Rosalind Russell,
Akim Tamiroff e Hattie McDaniel


06
OS DESAJUSTADOS
(The Misfits, 1961)
de John Huston
Com: Marilyn Monroe, Montgomery Clift, Thelma Ritter
e Eli Wallach
Poster em Espanhol 











































07
PILOTO DE PROVAS
(Test Pilot, 1938)
de Victor Fleming
Com: Myrna Loy, Spencer Tracy, Lionel Barrymore
e Marjorie Main


08
TERRA DE PAIXÕES
(Red Dust, 1932)
de Victor Fleming
Com: Jean Harlow, Mary Astor e Donald Cyrisp


09
MOGAMBO
(idem, 1953)
de John Ford
Com: Ava Gardner e Grace Kelly


10
O MAR É NOSSO TÚMULO
(Run Silent, Run Deep, 1958)
de Robert Wise
Com: Burt Lancaster e Jack Warden


11
HELL DIVERS
(Gigantes do Céu, 1931)
de George Hill
com Wallace Berry, Conrad Nagel e Doroth Jordan



12
AVENTURA
(Adventure, 1945)
de Victor Fleming
com Greer Garson, Joan Blondell e Thomas Mitchell









Este artigo teve o título e uma pequena parte do texto (início) alterado, algumas imagens foram trocadas e outras adicionadas. Você pode ver o original em O Falcão Maltês, um blog sensacional sobre a história do cinema. Agradecemos ao autor, Antonio Nahud, por permitir a reprodução.


Soul Retro

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