Hoje quero apresentar para você uma musa austríaca, que graças a ela você está lendo esse artigo: Hedwig Eva Maria Kiesler – ou, para Hollywood, apenas: Hedy Lamarr. Mas o que tem a ver essa bela mulher, que já foi par do galã Clark Gable e citada no nosso artigo "Especial Clark Gable - Cafageste, Másculo e Sedutor!", com a gratidão que expressei?

O leitor que a conhece deve tê-la visto em filmes épicos dos anos 30, 40 e 50; e, como eu, deve ter se apaixonado por ela na sua interpretação mais célebre: Dalila em Samson and Delilah (1949). Mas há uma curiosidade pra lá de supimpa que raríssimos fãs dela sabem:

SIM... Ela criou o sistema de Wi-Fi! Claro que não nos moldes que temos hoje, com os megabites de dados enviados e recebidos em todo lugar onde vamos e com senhas e nomes de rede. Vou explicar melhor.

Sabe esses celulares gigantes que vemos nos filmes de guerra ou nos vídeos antigos? Pois é, o sistema dela serviu de base para eles. Já havia sido descoberto, anos antes, a possibilidade de difundir as ondas de rádio de um ponto a outro, entretanto, a nossa musa inventora criou nos idos de 1940 um sofisticado aparelho de interferência e controle em rádio para despistar radares nazistas. Basicamente o Wi-Fi trabalha dessa forma; você tem controle sobre o sinal emitido pelas ondas do seu modem.

Infelizmente, mesmo ela tendo patenteado a tecnologia não tinha a eficácia que prometia. Porém, em 1962 os EUA a aperfeiçoaram em Cuba. Uma pena que já havia expirado a patente do protótipo de Hedy Lamarr. Mas em 1997, uma empresa que desenvolveu o que temos mais parecido com o Wi-Fi e dos sinais CDMA (que vemos nos celulares dos anos 2000), concedeu 51% dos direitos à Lamarr. 

Apesar de ter patenteado a ideia de uma frequência que fosse variável no percurso entre emissor e receptor, não ganhou dinheiro com isto. Em 1997 recebeu do Governo dos Estados Unidos menção honrosa "por abrir novos caminhos nas fronteiras da eletrônica".¹

Bom, agora já sabem porque da minha eterna gratidão à nossa musa Hedy Lamarr que não só encantou o mundo com sua beleza e atuação, mas conectou o mundo com sua genialidade e inteligência.